sexta-feira, outubro 14, 2005

o espinafre de Yukiko

é sempre díficil conseguir explicar aos amigos, parentes, namorada (ou aquela que vc gostaria que fosse sua namorada) o que alguém, nos seus já avançados 35 anos de idade, consegue ver de tão indispensável numa história em quadrinhos. E se o assunto é levado tão a sério quanto eu costumo fazer, diria que a tarefa beira as raias do impossível — qualquer paixão, gibis incluídos, foge do escopo da razão; logo, é uma estupidez para o telespectador.

Mas de tempos em tempos a ingrata missão se torna mais leve, graças a alguma edição especial mais digerível pelos menos habituados à essa mìdia. Foi assim com: o 'fofinho'
Bone de Jeff Smith, a 'vida como ela é, ou quase' de Strangers in Paradise de Terry Moore, a mais que dolorosa série Gen - Pés Descalços de Keiji Nakazawa, a busca de justiça e vingança do Lobo Solitário de Kazuo Koike e Goseki Kojima (e acredite, sua namorada não vai resistir aos encantos do pequeno Daigoro, um bebê que acompanha, sem hesitar, o pai nessa estrada de sangue), entre outros...

Este mês ganhamos o reforço de uma obra belíssima, a mistura inusitada de um mangá produzido por um francês:
O Espinafre de Yukiko, de Frédéric Boilet. Não se assuste com esse título porque quando ele for explicado no decorrer da história o sorriso no seu rosto será inevitável.

Essa edição de luxo da
Editora Conrad conta a aventura amorosa, possivelmente autobiográfica, entre um autor de mangás (mangaká, no Japão) e Yukiko, a mulher que se torna sua musa. A narrativa gráfica mistura fotografia e desenhos, lápis com tinta nanquim, ficção com realidade, metalinguagem, entre outros, fazendo o leitor se sentir um confidente do autor, ou talvez um voyeur.

O Espinafre de Yukiko é a vida e os relacionamentos como são, ou deveriam ser, no dia-a-dia. É uma história de amor, aquele amor que todos sonham encontrar ao virar aquela esquina naquela tarde de primavera. Mas, lembre-se de não dar demasiada importância à chamada 'o novo mangá erótico' da capa, o erotismo enviesado que conhecemos hoje não está naquelas páginas, nelas você vai encontrar a vida como deve ser vivida, intensamente.

Então, vá até a banca/livraria mais próxima e leve um exemplar para seu amigo, sua namorada, seu irmão ou qualquer outro que nunca te leva a sério porque você lê gibis. E se não mudarem de opinião o prejuízo é só deles.
Posted by Picasa

3 comentários:

Anônimo disse...

Já que a correção não foi devidamente feita pelo autor desse blog, serei obrigada a manifestar minha indignação!!!!!
Que é estranho um cidadão de idade já avançadinha ser um afixionado por quadrinhos, isso não precisa ser comentado, (meu colega Murray Schaffer já definiu bem......hehehe...sorry), mas daí dizer que é uma missão impossível angariar novos adeptos.....aí já é demais!!!! Protesto!!!!!
Não só fui convencida, como me encontrei nessa forma de arte...
( Vc ta mesmo achando que li só pra te agradar, é? heheheheh.....bobinho!!!!....)

Ah, meninas, o Daigoro é realmente irresistível. Quem sabe por receio de parecer gay e/ou pedófilo demais, foi omitido o fato de que a bundinha desse bebê é a coisa mais fofa do mundo!!! hehehe

Tirando esses lapsos, o que escreve é bem interessante!

Anônimo disse...

Vou querer o Espinafre emprestado.

Anônimo disse...

sem comentários... AMEI! Priiincipalmente o desenho (...) huhihuhihu
Bzusss* LARANJA ;-)